* Seja Bem Vindo ao nosso Blog - Agradecemos a Deus, a Jesus, os Amigos Espirituais, pela oportunidade de trabalhar pela divulgação do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.
*
A Seara Graça Paz e Perseverança está localizada na Rua Conde de Itaguaí, 28 QD 21 – Parque das Laranjeiras.
Presidente: Claudivan Afonso Ozório de Carvalho.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Estás Preocupado


É compreensível que te surpreendas em estado de preocupação, quando te defrontes com os diversos desafios do teu cotidiano.
Não será tarefa simplista o ter que dar conta dos quefazeres domésticos, associados aos da profissão e do convívio social.
Realmente, concebe-se que são tantas coisas a pesar sobre o teu sentimento, sobre os teus pensamentos, sobre o teu humor, que, vez que outra, percebes que foste invadido por ondas de preocupações, para o que abriste as portas morais.
Entretanto, vale parar um pouco e meditar acerca desse fenômeno.
Quando te preocupas, passas a dispender largas quotas das tuas energias na direção do objeto da tua preocupação.
Se a causa é válida, converge a preocupação em ação positiva e benfazeja, ao invés de te manteres paralisado à frente do desafio.
Se o móvel da preocupação não tiver a marca do legítimo valor, se o teu estado psicológico prende-se ao desejo de posse, ao ciúme, à falta de fé em Deus ou a qualquer capricho nocivo à saúde da alma, é chegado o tempo de, à custa dos necessários esforços, te desligares dessa sintonia, que te irá minando o mundo íntimo, sem que encontres solução, podendo escorregar para valões de desespero, mágoa, ódio ou indiferença, ou em estado extremo, podendo impulsionar-te para o crime, que tem variado espectro para as almas lúcidas que conhecem, ainda que por simples informações, as orientações das Leis Divinas.
Desse modo, estuda com clareza as fontes e motivos das tuas preocupações, considerando com o Celeste Guia que a cada dia já basta o seu mal.
Na certeza de que estás no mundo a fim de aprender, crescer e amar, nos roteiros da felicidade, não te permitas sucumbir ante problemas de saúde, financeiros, mal-entendidos ou familiares. Aprende a resolver, um após outro, os teus problemas e, na certeza de que o tempo é o fator de resolução de todos os enigmas, entrega as tuas preocupações ao Criador e marcha adiante aguardando a luz do novo dia, que sempre brilha após as noites de horror e sombras.
Não te deixes aturdir pelas exageradas preocupações, trabalhando com valor e afinco o cerne de ti mesmo.

Médium:  Raul Teixeira
Autor: Camilo

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Crueldade Humana


O famoso escritor francês Voltaire disse, certa vez, que Necessitam-se vinte anos para levar o homem do estado de planta em que se encontra no ventre de sua mãe e do estado de puro animal - que é a condição de sua primeira infância - até o estado em que começa a manifestar-se com a maturidade da razão.
Disse que Foram necessários trinta séculos para conhecer um pouco sua estrutura e que seria necessária a própria eternidade, para conhecer algo de sua alma. No entanto, não é preciso senão um instante para matá-lo.
Naturalmente, Voltaire se referia à morte do corpo.
Sempre com maior intensidade tem se notado o desprezo à preciosa vida humana.
Individualmente, as pessoas se lançam a práticas de esportes ditos radicais, que lhes comprometem a existência.
Ao mesmo tempo, nos chegam, todos os dias, as notícias de guerras, de massacres, de barbáries.
No século XIX, quando o Codificador da Doutrina Espírita trabalhava para a produção da obra O livro dos Espíritos, indagou às vozes celestes o porquê da crueldade ser o caráter dominante de alguns povos.
A resposta dos luminares foi de que entre os povos primitivos a matéria sobrepuja o Espírito.
Eles se entregam aos instintos animais e como não têm outras necessidades, além das corpóreas, cuidam apenas da sua conservação pessoal.
É isso que geralmente os torna cruéis. Além disso, os povos de desenvolvimento imperfeito estão sob a influência de Espíritos igualmente imperfeitos, que lhes são simpáticos.
Consequentemente, agem sob o comando daqueles.
Mesmo em civilizações mais adiantadas, existem criaturas tão cruéis como os selvagens, da mesma maneira que, numa árvore carregada de bons frutos, existem os temporões. São lobos extraviados em meio a cordeiros.
Acenam-nos os Espíritos, entretanto, com a esperança de que a Humanidade progride. Esses homens dominados pelo instinto do mal, que se encontram entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco, como o mau grão é separado do bom quando joeirado.
Necessitarão retornar e retornar, em novos corpos, para o exercício do aperfeiçoamento, para que adquiram qualidades novas.
Aos homens de hoje, educadores, pais e professores cabe o dever inadiável de estimular os sentimentos nobres nas gerações, através de exemplos dignificantes, onde a vida seja considerada bem precioso demais para ser desprezado ou destruído, em nome de qualquer bandeira política, religiosa ou de caráter particular.

* * *

Todas as faculdades existem no homem em estado latente.
Elas se desenvolvem de acordo com as circunstâncias mais ou menos favoráveis.
Assim, o senso moral existe no selvagem como o princípio do aroma no botão de uma flor que ainda não se abriu.
Redação do Momento Espírita com base no cap.34, do livro 
Rumos libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 05.08.2009.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ciúme


                                                                                                                                      Andrey Cechelero
"Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme: têm ciúme, nada mais. O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce"
Willian Shakespeare, Otelo

O ciúme é a inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade nos relacionamentos humanos. É uma distorção, um exagero, um desequilíbrio do sentimento de zelo.
Adentrando na intimidade deste sentimento, vamos descobrir que ele é "medo", medo de algum dia ser dispensável à pessoa com a qual se relaciona; é o medo de ser abandonado, rejeitado ou menosprezado; medo de não mais ser importante; medo de não ser mais amado, enfim, é, de certa forma, medo da solidão.
O psiquiatra e psicoterapeuta Eduardo Ferreira Santos, revela que tal sentimento é totalmente voltado para si mesmo, egocentrado no indivíduo, e por esta afirmação podemos entender o porquê da frase do personagem "lago", de Shakespeare, dizendo que o ciúme não precisa de causas exteriores, que se gera em si mesmo.
Suas causas interiores, segundo Joanna de Ângelis, Espírito, são encontradas principalmente na insegurança psicológica, na baixa autoestima, no orgulho avassalador que não suporta rivalidades, e no egoísmo, que ainda nos faz ver aqueles que estão à nossa volta como posses.
O ser inseguro transfere para o outro a causa desta insegurança, dizendose vítima, quando apenas é escravo de idéias absurdas, fantasias, ilusões, criadas em sua mente, que ateia "incêndios em ocorrências imaginárias".
Agravado este sentir leva a psicoses, a problemas neuropsiquiátricos, como diversos tipos de disritmias cerebrais, sendo causador de agressões físicas e crimes passionais.
Além disso, não podemos esquecer que sua existência é sempre uma porta aberta para a obsessão, uma oportunidade de sermos influenciados por aqueles que desejam nosso mal.
O ciúme é um sinal de alerta mostrando que algo não vai bem, que algo precisa ser reparado, repensado. Sua erradicação de nossos viveres somente será realizada com a análise íntima constante, com o vigiar dos pensamentos, dos atos, lembrando sempre que "ninguém é de ninguém", que não possuímos as pessoas, e que o verdadeiro amor LIBERTA e CONFIA.
O ciúme "insegurança" precisa ser substituído pela CONFIANÇA "certeza", que é sim uma real prova de amor.

                                                                                             (Jornal Mundo Espírita de Março de 2001)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Homem de Bem



O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

* * *Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dias de Sombras



Há dias que se caracterizam pela sucessão de ocorrências desagradáveis. Nada parece dar certo.
Todas as atividades se confundem, e os fatos se apresentam deprimentes, perturbadores.
A cada nova tentativa de ação, outros insucessos ocorrem, como se os fenômenos naturais transcorressem de forma contrária.
Nessas ocasiões as contrariedades aumentam, e o pessimismo se instala nas mentes e na emoção, levando a lembranças negativas com presságios deprimentes.
Quem lhe padece a injunção tende ao desânimo, e refugia-se em padrões psicológicos de autoaflição, de infelicidade, de desprezo por si mesmo.
Sente-se envolto por forças descomunais, contra as quais não pode lutar, deixando-se arrastar pelas correntes contrárias, envenenando-se com o mau humor.
São esses dias de provas, e não para desencanto; de desafio, e não para cessar o esforço.
Quando aumentam as dificuldades, maior deve ser o investimento de energias, e mais cuidadosa a aplicação do valor moral na batalha.
Desistindo-se sem lutar, mais rápido se dá o fracasso, e quando se vai ao enfrentamento com idéias de perda, parte do labor já está perdido.
Nesses dias sombrios, que acontecem periodicamente, e às vezes se tornam contínuos, vigia mais e reflexiona com cuidado.
Um insucesso é normal, ou mesmo mais de um, num campo de variadas atividades.
Todavia, a intérmina sucessão deles pode ter origem em fatores espirituais perniciosos, cujas personagens se interessam em prejudicar-te, abrindo espaços mentais e emocionais para intercâmbio nefasto contigo, de caráter obsessivo.
Quanto mais te irritares e te entregares à depressão, mais forte se fará o cerco e mais ocorrências infelizes se apresentarão.
Há mentes espirituais maldosas, que te acompanham, interessadas no teu fracasso.
Reage contra essas emboscadas mediante a oração, o pensamento otimista, a irrestrita confiança em Deus.
Rompe o continuar dos desacertos, mudando de paisagem mental, de forma que não vitalizes o agente perturbador.
Ouve uma música enriquecedora, que leve a lembranças agradáveis ou a planos animadores.
Lê uma página edificante do Evangelho ou de outra obra de conteúdo nobre, a fim de te renovares emocionalmente, rompendo a sintonia com essas mentes infelizes.
Contempla uma região que te arranque do estado desanimador e lembra:
Há sempre sol brilhando além das nuvens sombrias, e, quando esse sol é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça de trevas consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz.
Segue-lhe a claridade e vence o teu dia de insucessos, confiante e tranquilo.

* * *

Os benfeitores espirituais tentam nos ajudar nos momentos difíceis.
Eles erguem barreiras, estabelecendo muralhas vibratórias em nosso favor. Mas, muitas vezes, nós as arrebentamos a golpes de rebeldia e imprevidência.

Redação do Momento Espírita. 
Em 13.04.2009.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Sinal Espírita

Quando a pessoa entrou no Espiritismo, é fácil verificar: basta perquirir um fichário ou escutar uma indicação. Entretanto, a fim de positivar se o Espiritismo entrou na pessoa, é indispensável que a própria criatura faça menção disso, através de manifestações evidentes.

Vejamos dez das inequívocas expressões do sinal espírita na individualidade, que sempre se representa pelo designativo “mais”, nos domínios do bem:

Mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes;

Mais empenho no estudo;

Mais noção de responsabilidade;

Mais zelo na obrigação;

Mais respeito pelos problemas dos outros;

Mais devotamento à verdade;

Mais cultivo de compaixão;

Mais equilíbrio nas atitudes;

Mais brandura na conversa;

Mais exercício de paciência.

Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade, mas, para que a criatura seja espírita, à frente dos Bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.

pelo Espírito Albino Teixeira - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A Voz da Consciência




Geraldo Campetti Sobrinho 

Espiritismo é uma doutrina que abrange os aspectos religioso, filosófico e científico. Ficamos admirados com as respostas esclarecedoras que esta Doutrina fornece a qualquer questão formulada pelo ser humano, na busca do entendimento sobre a vida, a dor, o destino. Nenhuma dúvida fica sem explicação à luz do Espiritismo.
Basta percorrermos a leitura de O Livro dos Espíritos para confirmar que a principal obra espírita trata de todos os assuntos de interesse do homem.
Uma dúvida comum é quanto ao bem e ao mal. Como sabemos se estamos fazendo a coisa certa ou se estamos nos equivocando?
Vamos conferir a resposta.
Uma das perguntas mais conhecidas da obra basilar é a de número 621: Onde está escrita a lei de Deus?
E a resposta é decisiva: “Na consciência”.
A lei divina, sinônimo das leis naturais, está escrita na consciência.
Aprendemos nas lições espíritas que agimos no bem quando nossas ações estão em conformidade com a lei de Deus, e praticamos o mal quando dela nos distanciamos.
Se há incerteza quanto à prática do bem ou do mal, basta consultarmos nossa consciência para saber se estamos agindo num sentido ou em outro.
Daí a necessidade de nos conhecermos para agirmos de forma integrada com o meio ambiente, com Deus, com o próximo e conosco mesmos.
Esse dispositivo íntimo chamado voz da consciência apontará o melhor caminho a ser seguido e a melhor escolha a ser realizada.
É necessário que nos preparemos para ouvir essa voz interna.
Se assim fizermos, estaremos sintonizados com nossa intuição e certamente passaremos a errar menos e a acertar mais nas ações cotidianas de nossa existência.

Referências:

KARDEC, Allan. 
O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 17, it. 3 e 4.
O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 621.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Imperativo da Paciência



Provável que raros amigos pensem nisto: paciência por imunização contra o suicídio.
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Nas áreas da atividade humana, bastas vezes, surgem para a criatura determinados topos de provação para cuja travessia, nem sempre bastará o conhecimento superior. É necessário que a alma se apóie no bastão invisível da paciência, a fim de não resvalar em sofrimentos maiores.

Eis porque nos permitimos endereçar reiterados apelos aos irmãos domiciliados no Plano Físico a fim de que se dediquem ao cultivo da compreensão.
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Se te encontras sob o impacto de conflitos domésticos, ante aqueles que se façam campo de vibrações negativas, usa a tolerância, quanto possível, em auxílio à segurança da equipe familiar a que te vinculas.
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Nas decepções, sejam quais forem, reflete no valor da ponderação em teu próprio benefício.
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Diante de golpes que te sejam desfechados, esquece injúrias e agravos e pensa nas oportunidades do trabalho que se te farão apoio defensivo contra o desespero.
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Sob acusações que reconhece imerecidas, olvida o mal e não alimentes o fogo da discórdia.
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Quando te falte atividade profissional, continua agindo, tanto quanto puderes, nas tarefas de auxílio espontâneo aos outros, aprendendo que atividade nobre atrai atividades nobres e, com isso, para breve, te reconhecerás em novos posicionamentos de serviço, segundo as tuas necessidades.
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Se o desânimo te ameaça por esse ou aquele motivo, recorda a importância de teu concurso fraterno, em apoio de alguém, e não te dês ao luxo de paradas improdutivas.
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Em qualquer obstáculo a transpor no caminho, conserva a paciência por escora e guia e, de pensamento confiante na Divina Providência, seguirás adiante, afastando para longe a tentação da fuga e reconhecendo, em tempo estreito, que há sempre um futuro melhor para cada um de nós e que, em todas as tribulações da existência, vale a pena esperar pelo socorro de Deus.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Atenção.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
16a edição. Araras, SP: IDE, 1997.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

DEUS, O TEU REFÚGIO



Joanna de Ângelis 

Deus é o teu amigo perfeito, acessível, sempre disposto a ouvir-te as queixas e a apresentar-te soluções.
Jamais se cansa, nunca se exaspera.
Se buscado, atende, paciente.
Quando rejeitado pela ignorância ou rebeldia humana, permanece, discreto, aguardando.
Silencioso, fala em todas as expressões da Natureza, manifestando-se de mil modos impossíveis de não serem percebidos.
Sempre indulgente, é refúgio seguro, onde o consolo se expande, tranqüilizando aquele que busca albergue.
Está suficientemente perto para tomar conhecimento das tuas necessidades. No entanto, não te constrange, obrigando-te a receber-lhe o auxílio.
Ele te propõe sugestões supremas e conselhos sensíveis, com a claridade da sabedoria que te ilumina interiormente.
Às vezes, te inspira antes dos acontecimentos para que te poupes aos desastrosos e te beneficies com os favoráveis.
Com Deus no coração e na mente agirás com decisão feliz e desempenharás as tuas tarefas com dinamismo elevado.
Ele provê todas as tuas necessidades, mas não as assume, anulando o teu esforço e valor, assim candidatando-te à inutilidade.
Ele te abençoa, quer o busques ou não. Contudo, se te elevas em pensamento, sintonizando com Suas dádivas, assimilarás melhor a irradiação desse supremo amor.
Nada faças sem te apoiares nesse Amigo certo, seguro e paternal, que é Deus.

Psicografia de Divaldo P. Franco – Filho de Deus

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ante os que partiram


Religião dos Espíritos – Emmanuel

Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.
Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.
Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima.
Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram.
Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.
Também eles pensam e lutam, sentem e choram.
Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.
Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.
Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.
Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.
Tranqüiliza-te, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.
Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras.
E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressuscitou aos Cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.