1) O que significa o Apocalipse?
Apocalipse significa propriamente "manifestação do que estava oculto" e, por isso, fala-se em revelação, pois revelar é trazer à luz algo que estava escondido. Figuradamente, grande cataclismo, terrível flagelo. Aplica-se também à final aparição de Cristo, como juiz e triunfador.
2) O Apocalipse de João foi o primeiro apocalipse?
Não. Houve outros. No judaísmo, por exemplo, os grandes períodos desta literatura, vão de 200 a.C. a 100 d.C.; no cristianismo, de 50 d.C. a cerca de 350.
3) O que expressa o Apocalipse de João?
Constitui o fim do Novo Testamento, e consiste na revelação tida por João, o Evangelista, na Ilha de Patmos, acerca dos futuros acontecimentos que envolverão o Planeta e a Humanidade.
Assim:
- escreve sete cartas a várias Igrejas;
- relata a visão do trono da majestade divina;
- diz que somente o Cordeiro é digno de abrir o livro dos sete selos;
- fala da besta que subiu do mar e da terra;
- discorre sobre a queda da Babilônia, enumerando a visão da grande prostituta assentada sobre a besta, as lamentações sobre a terra, a alegria e triunfo nos céus e as vitórias de Cristo sobre a besta e sobre o falso profeta;
- vaticina sobre o juízo final, enaltecendo os novos céus, a nova terra e a nova Jerusalém;
- por fim, faz algumas admoestações e conclui com as promessas finais.
4) O Apocalipse de João e profecia são a mesma coisa?
O Apocalipse de João aparece ligado à profecia (predição do futuro), mas distingue-se de uma simples profecia, tanto pelo conteúdo como pela forma. Pelo conteúdo, é a vitória final do reino messiânico; pela forma, pois não é uma simples iluminação subjetiva, mas uma exposição objetiva, e com forma de visão permanente. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
5) Como está dividido o Apocalipse de João?
1) Anúncio da Revelação e saudação ao leitor;
2) Prólogo. João, desterrado em Patmos, saúda as sete Igrejas da Ásia.
3) Visões mandadas transmitir às igrejas.
4) Epílogo. Cristo confirma a verdade destas predições e diz que não tardarão em cumprir-se.
"João era médium, clarividente, profeta, possuidor de várias formas de mediunidade, em alto grau. Mas era, também, iniciado no conhecimento da época, quer da cultura grega, como da lei e da ritualística judaica. Por isto, autor de um dos evangelhos, uma versão sapiencial ou gnóstica. Nele se tem a primeira aproximação com a contemporânea filosofia do Neo-Platonismo grego e a ligação à literatura judaica de Filão, também contemporânea, que completa a tarefa de interpretar a Bíblia, segundo a filosofia grega". (Curti, 1983, p. 144)
7) Como interpretar o Apocalipse de João sob a ótica espírita?
O Espírito Emmanuel, comentando o Apocalipse de João, em A Caminho da Luz, diz que "O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica invisível. Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o Velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos. É verdade que freqüentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pode copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos". (Xavier, 1972, p. 126 e 127)
8) Como o Espírito Emmanuel interpreta os signos apocalípticos?
"Identifica a besta como sendo o papado e o número 666 como sendo o ‘Sumo-Pontífice’ da igreja romana quem usa os títulos de ‘VICARIVS GENERALIS DEL IN TERRIS’, ‘VICARIVS FILII DEI’ e ‘DVX CLERI’ que significam ‘Vigário-Geral de Deus na Terra’, ‘Vigário do Filho de Deus’ e ‘Príncipe do Clero’. Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada título papal, a fim de encontrar mesma equação de 666, em cada um deles". (Xavier, 1972, p. 128)
9) O que falar dos cataclismos futuros?
Quanto aos cataclismos futuros, Allan Kardec, em A Gênese, diz-nos: "Fisicamente, a Terra teve as convulsões da sua infância; entrou agora num período de relativa estabilidade: na do progresso pacífico, que se efetua pelo regular retorno dos mesmos fenômenos físicos e pelo concurso inteligente do homem. Está, porém, ainda, em pleno trabalho de gestação do progresso moral. Aí residirá a causa das suas maiores comoções. Até que a Humanidade se haja avantajado suficientemente em perfeição, pela inteligência e pela observância das leis divinas, as maiores perturbações ainda serão causadas pelos homens, mais do que pela Natureza, isto é, serão antes morais e sociais do que físicas". (1975, cap. IX, item 14, p. 187)
10) Qual a conclusão que podemos tirar do Apocalipse de João?
O Apocalipse de João é uma exortação à mediunidade, a maior ferramenta da revelação divina. João, possuidor de vários tipos de mediunidade, pode se desdobrar, ir ao futuro, e nos trazer essas informações.
Bibliografia Consultada
CURTI, R. As Epístolas de Paulo e o Apocalipse de João (Segundo o Espiritismo). São Paulo, FEESP, 1983.
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.
Fonte: http://entendendooespiritismo.blogspot.com.br/2009/05/apocalipse-de-joao.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário