* Seja Bem Vindo ao nosso Blog - Agradecemos a Deus, a Jesus, os Amigos Espirituais, pela oportunidade de trabalhar pela divulgação do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.
*
A Seara Graça Paz e Perseverança está localizada na Rua Conde de Itaguaí, 28 QD 21 – Parque das Laranjeiras.
Presidente: Claudivan Afonso Ozório de Carvalho.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dias de Solidão

Joanna de Ângelis
Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu. Quando o poeta da música popular escreveu esses versos, explicitava na canção o sentimento que muitas vezes se apodera de nossa alma.
São aqueles dias onde a alma se perde na própria solidão, encontrando o eco do vazio que ressoa intenso em sua intimidade.
São esses dias em que a alma parece querer fazer um recesso das coisas da vida, das preocupações, responsabilidades e compromissos, para simplesmente ficar vazia.
Não há quem não tenha esses dias de escuridão dentro de si. Fruto algumas vezes de experiências emocionais frustrantes, onde a amargura e o dissabor nos relacionamentos substituem as alegrias de bem-aventuranças anteriores.
Outras vezes são os problemas econômicos ou as circunstâncias sociais que nos provocam dissabores e colocam sombras na alma.
A incompreensão no seio familiar, a inveja no círculo de amizades, a competição e rivalidade desmedida entre companheiros de trabalho provocam distonias de grande porte em algumas pessoas.
Nada mais natural esses dissabores. Jesus, sabiamente, nos advertiu dizendo que no mundo só encontraríamos aflições.
Tendo em vista a condição moral de nosso planeta, as aflições e dificuldades são questões naturais e, ainda necessárias para a experiência evolutiva de cada um de nós.
Dessa forma, é ilusório imaginarmos que estaríamos isentos desses embates ou acreditarmo-nos inatacáveis pela perversidade, despeito ou inferioridade alheia.
Assim, nesses momentos faz-se necessário enfrentar a realidade, sem deixar-se levar pelo desânimo ou infelicidade.
Se são dias difíceis os que estejamos passando, que sejam retos nosso proceder e nossas ações. Permanecer fiel aos compromissos e aos valores nobres é nosso dever perante a vida.
Os embates que surjam não devem ser justificativas para o desânimo, a queixa e o abandono da correta conduta ou ainda, o atalho para dias de depressão e infelicidade.
Aquele que não consegue vencer a noite escura da alma, dificilmente conseguirá saudar a madrugada de luz que chega após a sombra, que parece momentaneamente vencedora.
Somente ao insistirmos, ao enfrentarmos, ao nos propormos a bem agir frente a esses momentos, teremos as recompensas conferidas àquele que se propõe enfrentar-se para crescer.

* * *

Se os dias que lhe surgem são desafiadores, lembre-se de que mesmo Jesus enfrentou a noite escura da alma, em alguns momentos, porém, sempre em perfeita identificação com Deus, a fim de espalhar a claridade sublime do Seu amor entre aqueles que não O entendiam.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, do livro Atitudes renovadas, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 08.06.2010

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um Homem chamado Jesus


Certa vez, um Espírito Sublime deixou as estrelas, revestiu-Se de um corpo humano e veio habitar entre os homens.
Porque fosse um exímio artista plástico, habituado a modelar as formas celestes, compondo astros e globos planetários, tomou da madeira bruta e deu-lhe formas úteis.
Durante anos, de Suas mãos brotaram mesas e bancos, onde amigos e irmãos se assentavam para repartir o pão.
Para receber os seus corpos cansados, ao final do dia, Ele preparou camas confortáveis e, porque amasse a todos os seres viventes, não esqueceu de providenciar cochos e manjedouras onde os animais pudessem vencer a fome.
Porque fosse artista de outras artes, certo dia deixou as ferramentas com que moldava a madeira e partiu pelas estradas poeirentas.
Tomou do alaúde natural de um lago, em Genesaré, e ali teceu as mais belas canções.
Seu canto atraía crianças, velhos e moços. Vinham de todas as bandas.
A entonação de Sua voz calava o choro dos bebês e as dores arrefeciam nos corações das viúvas e dos desamparados.
As harmonias que compunha tinham o condão de secar lágrimas e sensibilizar corações endurecidos.
Como soubesse compor poemas de rara beleza, subiu a um monte e derramou versos de bem-aventuranças, que enalteciam a misericórdia, a justiça e o perdão.
Porque Sua sensibilidade Se compadecia das dores da multidão, multiplicou pães e peixes, saciando-lhe a fome física.
Delicado na postura, gentil no falar, por onde passava deixava impregnado o perfume de Sua presença.
Possuía tanto amor que o exalava de Si aos que O rodeassem. Uma pobre mulher enferma tocou-Lhe a barra do manto e recebeu os fluidos curadores que lhe restituíram a saúde.
Dócil como um cordeiro, abraçou crianças, colocou-as em Seus joelhos e lhes falou do Pai que está nos céus, que veste a erva do campo e providencia alimento às aves cantantes.
Enérgico nos posicionamentos morais, usou da Sua voz para o discurso da honra, defendendo o templo, a casa do Pai, dos que desejavam lesar o povo já por si sofrido e humilhado.
Enalteceu os pequenos e na Sua grandeza, atentava para detalhes mínimos.
Olhou para a figueira e convidou um cobrador de impostos a descer a fim de estar com Ele mais estreitamente.
Acreditavam que Ele tomaria um trono terrestre e governaria por anos, com justiça.
Ele preferiu penetrar os corações dos homens e viver na sua intimidade, para que eles usufruíssem de paz e a tivessem em abundância.
Seu nome é Jesus, o Amigo Divino que permanece de braços abertos, declamando os versos do Seu poema de amor: Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei...

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 3 do livro Quem é o Cristo?, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Predições do Apocalipse



Quando se fala em Apocalipse, muitas pessoas sentem um calafrio. É como se essa palavra significasse algo muito terrível.
No entanto, a palavra apocalipse é de origem grega, e significa revelação.
O último livro da Bíblia intitula-se Apocalipse, e traz algumas previsões recebidas pelo apóstolo João, enquanto estava isolado na ilha de Patmos.
Ele teve, através da visão psíquica, ou mediunidade, a revelação de algumas situações futuras, que descreveu numa linguagem simbólica.
No capítulo 21, versículo 4, lemos: Naquele tempo não haverá mais gritos, nem luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado.
Embora a predição tenha sido há mais de vinte séculos, essa época predita no Apocalipse é chegada.
Uma breve análise torna clara e racional essa visão que João teve do futuro.
Os Espíritos que fizeram essas revelações a João, sabiam qual seria o destino dos homens, pois eles próprios já fizeram essa trajetória.
Sabiam que, com o passar dos séculos, os Espíritos matriculados na escola chamada Terra, evoluiriam.
Desenvolveriam suas inteligências e compreenderiam melhor as leis divinas.
Ao afirmarem: Naquele tempo não haverá mais gritos, é que anteviam os progressos que se realizariam no seio da Humanidade, trazendo as luzes das ciências que evidenciam uma inteligência superior na administração da vida.
Sabiam que as luzes da razão se acenderiam e os homens entenderiam que acima do Universo, onde se move o pequeno planeta Terra, reina a Sabedoria Divina.
Entendidos o tempo e o espaço, a eternidade surgiria como única alternativa lógica. E Deus seria a resposta sensata para as leis que regem com perfeição o Universo inteiro.
Sem dúvida não pode mais haver gritos para aquele que entende Deus e Seus atributos de infinita sabedoria, justiça e amor.
Quando o homem abandona o campo da crença e abre-se para o conhecimento, sua razão consente em submeter-se às sábias leis, que reconhece justas.
O Apocalipse afirma: Não haverá mais luto.
Isso faz sentido desde que admitimos que nossos afetos que partiram para o mundo espiritual, não estão perdidos, mas apenas ausentes.
Ora, ninguém veste luto por amigo ou parente ausente.
Mas o Apocalipse também diz que não haverá mais trabalho.
É que, quando se compreende o seu objetivo para a harmonia do Universo, o trabalho torna-se um prazer, e as tarefas passam a ser executadas com a solicitude do estatuário que se põe a polir a sua estátua.
Não haverá mais o trabalho da forma que o entendemos hoje, e sim como uma excelente oportunidade de crescer que nos é concedida pelo Criador.
Com essa análise, as palavras do Apocalipse ganham novo sentido, e entendemos melhor o que significam essas previsões:
Naquele tempo não haverá mais gritos, nem luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado.
Realmente o que era antes já passou.
Foi um tempo em que a Humanidade ainda era relativamente infantil, e não conseguia vislumbrar os dias melhores que estavam por vir.
Todavia, como o progresso é Lei Divina, fomos conhecendo a Verdade e ela nos libertou da ignorância sobre esses temas.
Agora fica mais fácil entender a assertiva de Jesus, quando disse: Antes que esta geração passe, acontecerão grandes coisas.
Ora, a geração a que Jesus se referiu, é a Humanidade terrestre, homens e Espíritos.
Uns no corpo físico e outros fora dele, mas todos, sem exceção, confiados aos cuidados desse Irmão Maior, que conhecemos como Jesus Cristo.


Redação do Momento Espírita, com base em matéria publicada
na Revista Espírita de março de 1868, intitulada A regeneração
(Instrução dos Espíritos).
Em 02.09.2008.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Apocalipse de João

1) O que significa o Apocalipse?
 
Apocalipse significa propriamente "manifestação do que estava oculto" e, por isso, fala-se em revelação, pois revelar é trazer à luz algo que estava escondido. Figuradamente, grande cataclismo, terrível flagelo. Aplica-se também à final aparição de Cristo, como juiz e triunfador.
 
 
2) O Apocalipse de João foi o primeiro apocalipse?
 
Não. Houve outros. No judaísmo, por exemplo, os grandes períodos desta literatura, vão de 200 a.C. a 100 d.C.; no cristianismo, de 50 d.C. a cerca de 350.
 
 
3) O que expressa o Apocalipse de João?
 
Constitui o fim do Novo Testamento, e consiste na revelação tida por João, o Evangelista, na Ilha de Patmos, acerca dos futuros acontecimentos que envolverão o Planeta e a Humanidade.
Assim:
- escreve sete cartas a várias Igrejas;
- relata a visão do trono da majestade divina;
- diz que somente o Cordeiro é digno de abrir o livro dos sete selos;
- fala da besta que subiu do mar e da terra;
- discorre sobre a queda da Babilônia, enumerando a visão da grande prostituta assentada sobre a besta, as lamentações sobre a terra, a alegria e triunfo nos céus e as vitórias de Cristo sobre a besta e sobre o falso profeta;
- vaticina sobre o juízo final, enaltecendo os novos céus, a nova terra e a nova Jerusalém;
- por fim, faz algumas admoestações e conclui com as promessas finais.
4) O Apocalipse de João e profecia são a mesma coisa?
O Apocalipse de João aparece ligado à profecia (predição do futuro), mas distingue-se de uma simples profecia, tanto pelo conteúdo como pela forma. Pelo conteúdo, é a vitória final do reino messiânico; pela forma, pois não é uma simples iluminação subjetiva, mas uma exposição objetiva, e com forma de visão permanente. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
5) Como está dividido o Apocalipse de João?
 
1) Anúncio da Revelação e saudação ao leitor;
2) Prólogo. João, desterrado em Patmos, saúda as sete Igrejas da Ásia.
3) Visões mandadas transmitir às igrejas.
4) Epílogo. Cristo confirma a verdade destas predições e diz que não tardarão em cumprir-se.
6) Como foi possível a captação dessas mensagens apocalípticas?

"João era médium, clarividente, profeta, possuidor de várias formas de mediunidade, em alto grau. Mas era, também, iniciado no conhecimento da época, quer da cultura grega, como da lei e da ritualística judaica. Por isto, autor de um dos evangelhos, uma versão sapiencial ou gnóstica. Nele se tem a primeira aproximação com a contemporânea filosofia do Neo-Platonismo grego e a ligação à literatura judaica de Filão, também contemporânea, que completa a tarefa de interpretar a Bíblia, segundo a filosofia grega". (Curti, 1983, p. 144)


7) Como interpretar o Apocalipse de João sob a ótica espírita?

O Espírito Emmanuel, comentando o Apocalipse de João, em A Caminho da Luz, diz que "O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica invisível. Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o Velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos. É verdade que freqüentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pode copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos". (Xavier, 1972, p. 126 e 127)


8) Como o Espírito Emmanuel interpreta os signos apocalípticos?

"Identifica a besta como sendo o papado e o número 666 como sendo o ‘Sumo-Pontífice’ da igreja romana quem usa os títulos de ‘VICARIVS GENERALIS DEL IN TERRIS’, ‘VICARIVS FILII DEI’ e ‘DVX CLERI’ que significam ‘Vigário-Geral de Deus na Terra’, ‘Vigário do Filho de Deus’ e ‘Príncipe do Clero’. Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada título papal, a fim de encontrar mesma equação de 666, em cada um deles". (Xavier, 1972, p. 128)


9) O que falar dos cataclismos futuros?

Quanto aos cataclismos futuros, Allan Kardec, em A Gênese, diz-nos: "Fisicamente, a Terra teve as convulsões da sua infância; entrou agora num período de relativa estabilidade: na do progresso pacífico, que se efetua pelo regular retorno dos mesmos fenômenos físicos e pelo concurso inteligente do homem. Está, porém, ainda, em pleno trabalho de gestação do progresso moral. Aí residirá a causa das suas maiores comoções. Até que a Humanidade se haja avantajado suficientemente em perfeição, pela inteligência e pela observância das leis divinas, as maiores perturbações ainda serão causadas pelos homens, mais do que pela Natureza, isto é, serão antes morais e sociais do que físicas". (1975, cap. IX, item 14, p. 187)


10) Qual a conclusão que podemos tirar do Apocalipse de João?

O Apocalipse de João é uma exortação à mediunidade, a maior ferramenta da revelação divina. João, possuidor de vários tipos de mediunidade, pode se desdobrar, ir ao futuro, e nos trazer essas informações.


Bibliografia Consultada

CURTI, R. As Epístolas de Paulo e o Apocalipse de João (Segundo o Espiritismo). São Paulo, FEESP, 1983.

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.



Fonte: http://entendendooespiritismo.blogspot.com.br/2009/05/apocalipse-de-joao.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Médiuns Irresponsáveis





Associou-se indevidamente à pessoa portadora de mediunidade ostensiva a qualidade de Espírito elevado.

O desconhecimento do Espiritismo ou a informação superficial sobre a sua estrutura deu lugar a pessoas insensatas considerarem que, o fato de alguém ser possuidor de amplas faculdades medianímicas, caracteriza-se como um ser privilegiado, digno de encômios e projeção, ao mesmo tempo possuidor de um caráter diamantino, merecendo relevante consideração e destaque social.
Enganam-se aqueles que assim procedem, e agem perigosamente, porquanto, a mediunidade é faculdade orgânica, de que quase todos os indivíduos são portadores, variando de intensidade e de recursos que facultem o intercâmbio com os Espíritos, encarnados ou não.

Neutra, do ponto de vista moral, em si mesma, a mediunidade apresenta-se como oportunidade de serviço edificante, que enseja ao seu portador os meios de auto-iluminar-se, de crescer moral e intelectualmente, de ampliar os dons espirituais, sobretudo, preparando-se para enfrentar a consciência após a desencarnação.

Às vezes, Espíritos broncos e rudes apresentam admiráveis possibilidades mediúnicas, que não sabem ou não querem aproveitar devidamente, enquanto outros que se dedicam ao Bem, que estudam as técnicas da educação das faculdades psíquicas, não conseguem mais do que simples manifestações, fragmentárias, irregulares, quase decepcionantes.

Não se devem entristecer aqueles que gostariam de cooperar com a mediunidade ostensiva, porquanto a seara do amor possui campo livre para todos os tipos de serviço que se possa imaginar.

Ser médium da vida, ajudando, no lar e fora dele, exercitando as virtudes conhecidas, constitui forma elevada de contribuir para o progresso e desenvolvimento da Humanidade.

Através da palavra, oral e escrita, quantos socorros podem ser dispensados, educando-se as criaturas, orientando-as, levando-as à edificação pessoal, na condição de médium do esclarecimento?!

Contribuindo, nas atividades espirituais da Casa Espírita, pela oração e concentração durante as reuniões especializadas de doutrinação, qualquer um se torna médium de apoio.

Da mesma forma, através da aplicação dos passes, da fluidificação da água, brindando a bioenérgia, logra-se a posição de médium da saúde.

Na visita aos enfermos, mantendo diálogos confortadores, ouvindo-os com paciência e interesse, amplia-se o campo da mediunidade de esperança.

Mediante o dialogo com os aturdidos e perversos, de um ou do outro plano da vida, exerce-se a mediunidade fraternal da iluminação de consciência.

Neste mister, aguça-se a percepção espiritual e desenvolvem-se os pródromos das faculdades adormecidas, que se irão tornando mais lúcidas, a fim de serem usadas dignamente em futuros cometimentos das próximas reencarnações.

Ser médium é tornar-se instrumento; e, de alguma forma, como todos nos encontramos entre dois pontos distantes, eis-nos incursos na posição de intermediários.

Ter facilidade, porém, para sentir os Espíritos é compromisso que vai além da simples aptidão de contatá-los.

Desse modo, à semelhança da inteligência que se pode apresentar em indivíduos de péssimo caráter, que a usam egoística, perversamente, ou como a memória, que brota em criaturas desprovidas de lucidez intelectual, e perde-se, pela falta de uso, também a mediunidade não é sintoma de evolução espiritual.

Allan Kardec, que veio em nobre missão, Espírito evoluído que é, viveu sem apresentar qualquer faculdade mediúnica ostensiva, enquanto outros indivíduos do seu tempo, que exerceram a faculdade medianímica, por inferioridade moral, venderam os seus serviços, enxovalharam-na, criaram graves empecilhos à divulgação da Doutrina Espírita que, indevidamente, foi confundida com os maus exemplos desses médiuns inescrupulosos e irresponsáveis.

Certamente, o médium ostensivo, aquele que facilmente se comunica com os Espíritos, quando é dotado de sentimentos nobres e possui elevação, torna-se missionário do Bem nas tarefas a que vai convocado, ampliando os horizontes do pensamento para a imortalidade, para a vitória do ser libertado de todas as paixões primitivas.

Normalmente, e as exceções são subentendidas, os portadores de mediunidade ostensivas, porque se encontram em provações reparadoras, falham no desiderato, após o deslumbramento que provocam e a auto-fascinação a que se entregam por invigilância e presunção.

Toda e qualquer expressão de mediunidade exige disciplina, educação, correspondente conduta moral e social do seu portador, a fim de facultar-lhe a sintonia com Espíritos Superiores, embora o convívio com os infelizes, que lhe cumpre socorrer.

O médium irresponsável, porém, não é apenas aquele que, ignorando os recursos de que se encontra investido, gera embaraços e perturbações, tombando nas malhas da própria pusilanimidade, mas também, aqueloutros que, esclarecidos da gravidade do compromisso, se permitem deslizes morais, veleidades típicas do caráter doentio, terminando vitimados pelas obsessões cruéis.

Todo aquele, portanto, que deseje entregar-se ao Bem, na seara dos médiuns, conscientize-se da responsabilidade que lhe diz respeito, e, educando a faculdade, torne-se apto para o ministério, servindo sempre e crescendo intimamente com os olhos postos no próprio e no futuro feliz da sociedade.


Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito) / psicografia de Divaldo Franco



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mediunidade nossa de todos os dias



O fenômeno é dos mais antigos.
Recuando no tempo, encontramos registros em um dos livros primeiros da Humanidade, a Bíblia.
No versículo segundo, do capítulo primeiro do livro de Gênesis, se lê: As trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus movia-Se sobre as águas.
O homem pressentia a presença do Criador. O que quer dizer, o homem registra, desde sempre, o Mundo além da esfera física. O Mundo dos seres espirituais.
Paulo de Tarso, dando-se conta dessa percepção especial do ser humano a denominou dom.
E a respeito se estendeu em sua Epístola aos Coríntios, descrevendo as suas variedades.
Enquanto na Terra, o Homem de Nazaré deu provas múltiplas da inter-relação entre ambos os Mundos, físico e o espiritual.
Falou aos Espíritos atormentados e que se chamavam Legião, na cidade de Gadara; aos que agrediam o jovem que lhe é trazido para ser curado.
Senhor dos Espíritos - assim o denominaram por descobrirem que os Espíritos Lhe obedeciam.
Seria somente no século XIX, no entanto, que este dom seria amplamente estudado e decodificado, pelo sábio Allan Kardec. E ele lhe deu nome específico: mediunidade.
A capacidade de ser intermediário entre um mundo e outro, entre uma e outra dimensão. Médium, ou intermediário.
Ainda hoje bastante incompreendida, é a mediunidade, contudo, uma faculdade inerente ao ser humano.
Dela quase todos os homens têm resquícios. Alguns mais, outros menos.
Mas, quem já não teve a impressão de ter alguém, incorpóreo, ao seu lado, velando por si, em horas dolorosas?
Quem já não se referiu à interferência de seres angélicos em momentos de grande dificuldade?
Quem não entregou o filho que parte para terras distantes aos cuidados de um ser que chama anjo de guarda, anjo guardião, protetor, orientador?
Quem já não ouviu o sussurrar de vozes imperceptíveis, no interior de si mesmo?
Dificilmente se encontrará alguém que disso tudo não tenha um mínimo registro, senão por si mesmo, por alguém de sua família.
Isso nos diz que o Mundo Espiritual se faz presente de forma constante no Mundo físico.
Pode-se dizer que há uma interpenetração de um e outro.
Movemo-nos na esfera física. Nossos atos e pensamentos repercutem na esfera espiritual.
Ninguém segue só. Como dizia o Apóstolo Paulo: Estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas.
Sombras, Espíritos, guias. Não importa como os chamemos, eles são realidade.
E silenciosamente velam por nós. Discretamente nos orientam. Sutilmente nos vão dando notas de que têm sobre nós seus atentos olhares.
* * *

Quando estiver a ponto de desanimar por se acreditar só, abandonado, pense que alguém, da Espiritualidade, guarda a sua vida e vela por você.
Você pode não crer. Mas não importa. Mesmo assim, os que o amam estão com você.
 Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep.
Em 22.03.2010.